Ferroviários<br>não desarmam
Os representantes dos ferroviários, reunidos anteontem, 18, na Casa do Alentejo, decidiram convocar uma nova jornada de luta para os dias 11 e 13 de Março.
Reforço da luta e da unidade na acção
De acordo com a resolução aprovada no encontro, a 11 de Março realizar-se-á um plenário nacional de trabalhadores da EMEF, no Entroncamento, e uma greve de 24 horas na CP, REFER e CP-Carga a 13 de Março.
As razões da luta continuam a ser as que têm mobilizado os ferroviários, designadamente: o fim da redução e congelamento dos salários, reformas e pensões; cumprimento integral dos Acordos de Empresa; imediato cumprimento do direito às concessões para todos os ferroviários e suas famílias; fim do processo em curso de liquidação e pulverização do sector ferroviário nacional onde o único objectivo estratégico tem sido o criar de novas oportunidades de negócio para os grandes grupos económicos, custe o que custar aos ferroviários, aos utentes e ao País; e a defesa de um serviço ferroviário público, de qualidade e seguro, que corresponda às necessidades do País e dos portugueses.
Para defender aquelas reivindicações os ferroviários decidiram exigir das administrações das empresas ferroviárias e do Governo uma «postura de maior seriedade na negociação colectiva»; reafirmar que o processo em curso – em que o Governo «rouba os bolsos dos ferroviários para as administrações virem depois devolver umas moedas a troco da “paz social” – é «uma armadilha que levaria a uma progressiva aceitação de crescentes roubos»; exigir a participação dos trabalhadores e dos seus representantes nos processos de reestruturação em curso em todas as empresas do sector; e apelar ao «reforço da luta e da unidade na acção».
No final do encontro, os trabalhadores dirigiram-se em manifestação até à sede do Grupo CP, na Calçada do Duque, onde a resolução aprovada foi entregue à administração, de quem se exige uma resposta rápida.